EUA perdendo a "guerra pelos corações e mentes" dos Muçulmanos
por Anwar Iqbal
Dawn.com, 11 de Janeiro de 2009[1]
por Anwar Iqbal
Dawn.com, 11 de Janeiro de 2009[1]
resumo: nada como apresentar uma perspectiva distorcida da realidade - Muçulmanos são claros sobre suas intenções de dominar o mundo, sobre seus desejos de fazer dos EUA uma nação islâmica, sobre seu apoio ao Hamas e seu esforço para eliminar Israel e matar os judeus, sobre a falta verdadeira de revisão dos livros sagrados do Islã - nada que os EUA possam fazer ou dizer fará com que sua obstinação diminua - assim, seu ódio vai continuar inabalável - é impossível fazer amigos com aqueles que acreditam em coisas completamente adversas em questão de valores
Washington, 11 de Janeiro: O conflito em Gaza parece ter acirrado a tradicional divisão nos EUA entre a ala esquerdista liberal e os políticos do mainstream e também deu um golpe duro nos esforços dos EUA em ganhar os corações e mentes das massas muçulmanas.
Nas duas últimas semanas, grupos anti-guerra têm feito comícios para protestar contra a agressão israelense quase que diariamente. O maior comício foi feito no Sábado ao redor da Casa Branca, e trouxe dezenas de milhares de pessoas que vieram de todos os lugares dos EUA.
A maioria dos participantes foram os mesmos que vieram a todos os comícios anti-guerra. E os maiores organizadores - Brian Becker, Cindy Sheehan, Ramsey Clark, Cynthia McKinney - são conhecidos ativistas anti-guerra. O que esse protesto teve de novo foi a participação de muçulmanos e árabes. Mesmo numa rápida olhada nos nomes das organizações associadas com esses comícios mostra como que o conflito em Gaza tem mobilizado árabes e muçulmanos contra as agressões israelenses.
Os organizadores desse comício incluíram a Muslim American Society Freedom (Liberdade pela Sociedade americana muçulmana), Free Palestine Alliance (Aliança palestina livre), American Muslim Task Force (Força tarefa muçulmana americana), National Council of Arab Americans (Concelho nacional de árabes americanos), Al-Awda — International Palestine Right to Return Coalition (Direito internacional palestino de retomar a coalisão), Council on American Islamic Relations (Conselho de realções islâmico-americanas), American Muslims for Palestine (Muçulmanos americanos pela Palestina), American Muslim Alliance (Aliança muçulmana americana), US Palestinian Community Network (Rede da comunidade palestina americana), Iranian-American Friendship Committee (Comitê da amizade iraniana-americana) and the Middle East Children’s Alliance (Aliança pelas crianças do Oriente-Médio).
E eles conseguiram trazer milhares de seus apoiadores para o comício. Os protestantes agitavam bandeiras palestinas, usavam keffieyeh - o pano usado na cabeça tradicional palestino - e alguns vieram até em shalwar qamiz.
Isto marcou uma mudança na atitude dos muçulmanos e árabes americanos que tradicionalmente ficavam fora das atividades políticas, preferindo, ao invés, focar em seus negócios e nas suas profissões.
"Lá se vai a campanha de Bush para ganhar os corações e mentes dos muçulmanos," disse um protestante que se identificou como um membro do grupo chamado Act Now to Stop War and End Racism (Aja agora para acabar com a guerra e por fim ao racismo). "Se você olhar também os imensos protestos anti-guerra no mundo árabe, você poderá ver que os EUA perderam a guerra pelos corações e mentes," ela disse.
"Eu vim porque há crianças inocentes morrendo diariamente na Palestina. O povo americano precisa saber a verdade," disse Razan Ali de 13 anos de idade, uma palestina-americana de Nova York.
Os protestantes também marcharam até a central do Washington Post para protestar contra "sua forte linha pró-Israel", indo antes aos escritórios da gigante de equipamento de construção Caterpillar e da fornecedora militar Lockheed Martin.
Os organizadores apontaram que cada tanque israelense na invasão da faixa de Gaza era seguido por uma escavadeira da Caterpillar para aplainar milhares de casas. A Lockheed Martin fabrica o jato de guerra F-16 que Israel usa para bombardear alvos dentro de Gaza.
Mas esses protestos tiveram pouco impacto nos políticos do mainstream nos EUA que permaneceram solidamente pró-Isarael.
Enquanto a administração de Bush, semana passada, se absteve de votar em uma resolução do Conselho de Segurança da ONU que pedia o imediato cessar-fogo em Gaza, o Congresso Americano majoritariamente endossou um plano de Israel para uma vitória militar contra o Hamas.
Os dois movimentos deram a Israel o suporte que precisava para ignorar a ONU e continuar com seus ataques militares em Gaza.
No início dessa semana, a Câmara dos Representantes dos EUA adotou uma resolução, entitulada "Apoiando Israel em sua batalha com o Hamas terrorista", por 390 votos. Somente cinco congressistas votaram contra.
Uma resolução similar no Senado, co-patrocinada pelo líder da maioria Harry Reid e o líder republicano Mitch McConnell, foi aprovada unanimemente.
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[1] Traduzido por Leandro Diniz.
Washington, 11 de Janeiro: O conflito em Gaza parece ter acirrado a tradicional divisão nos EUA entre a ala esquerdista liberal e os políticos do mainstream e também deu um golpe duro nos esforços dos EUA em ganhar os corações e mentes das massas muçulmanas.
Nas duas últimas semanas, grupos anti-guerra têm feito comícios para protestar contra a agressão israelense quase que diariamente. O maior comício foi feito no Sábado ao redor da Casa Branca, e trouxe dezenas de milhares de pessoas que vieram de todos os lugares dos EUA.
A maioria dos participantes foram os mesmos que vieram a todos os comícios anti-guerra. E os maiores organizadores - Brian Becker, Cindy Sheehan, Ramsey Clark, Cynthia McKinney - são conhecidos ativistas anti-guerra. O que esse protesto teve de novo foi a participação de muçulmanos e árabes. Mesmo numa rápida olhada nos nomes das organizações associadas com esses comícios mostra como que o conflito em Gaza tem mobilizado árabes e muçulmanos contra as agressões israelenses.
Os organizadores desse comício incluíram a Muslim American Society Freedom (Liberdade pela Sociedade americana muçulmana), Free Palestine Alliance (Aliança palestina livre), American Muslim Task Force (Força tarefa muçulmana americana), National Council of Arab Americans (Concelho nacional de árabes americanos), Al-Awda — International Palestine Right to Return Coalition (Direito internacional palestino de retomar a coalisão), Council on American Islamic Relations (Conselho de realções islâmico-americanas), American Muslims for Palestine (Muçulmanos americanos pela Palestina), American Muslim Alliance (Aliança muçulmana americana), US Palestinian Community Network (Rede da comunidade palestina americana), Iranian-American Friendship Committee (Comitê da amizade iraniana-americana) and the Middle East Children’s Alliance (Aliança pelas crianças do Oriente-Médio).
E eles conseguiram trazer milhares de seus apoiadores para o comício. Os protestantes agitavam bandeiras palestinas, usavam keffieyeh - o pano usado na cabeça tradicional palestino - e alguns vieram até em shalwar qamiz.
Isto marcou uma mudança na atitude dos muçulmanos e árabes americanos que tradicionalmente ficavam fora das atividades políticas, preferindo, ao invés, focar em seus negócios e nas suas profissões.
"Lá se vai a campanha de Bush para ganhar os corações e mentes dos muçulmanos," disse um protestante que se identificou como um membro do grupo chamado Act Now to Stop War and End Racism (Aja agora para acabar com a guerra e por fim ao racismo). "Se você olhar também os imensos protestos anti-guerra no mundo árabe, você poderá ver que os EUA perderam a guerra pelos corações e mentes," ela disse.
"Eu vim porque há crianças inocentes morrendo diariamente na Palestina. O povo americano precisa saber a verdade," disse Razan Ali de 13 anos de idade, uma palestina-americana de Nova York.
Os protestantes também marcharam até a central do Washington Post para protestar contra "sua forte linha pró-Israel", indo antes aos escritórios da gigante de equipamento de construção Caterpillar e da fornecedora militar Lockheed Martin.
Os organizadores apontaram que cada tanque israelense na invasão da faixa de Gaza era seguido por uma escavadeira da Caterpillar para aplainar milhares de casas. A Lockheed Martin fabrica o jato de guerra F-16 que Israel usa para bombardear alvos dentro de Gaza.
Mas esses protestos tiveram pouco impacto nos políticos do mainstream nos EUA que permaneceram solidamente pró-Isarael.
Enquanto a administração de Bush, semana passada, se absteve de votar em uma resolução do Conselho de Segurança da ONU que pedia o imediato cessar-fogo em Gaza, o Congresso Americano majoritariamente endossou um plano de Israel para uma vitória militar contra o Hamas.
Os dois movimentos deram a Israel o suporte que precisava para ignorar a ONU e continuar com seus ataques militares em Gaza.
No início dessa semana, a Câmara dos Representantes dos EUA adotou uma resolução, entitulada "Apoiando Israel em sua batalha com o Hamas terrorista", por 390 votos. Somente cinco congressistas votaram contra.
Uma resolução similar no Senado, co-patrocinada pelo líder da maioria Harry Reid e o líder republicano Mitch McConnell, foi aprovada unanimemente.
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[1] Traduzido por Leandro Diniz.
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