terça-feira, 10 de março de 2009

Novo cabeça da União Européia acredita que mudança climática é um mito
por David Charter (Correspondente Europeu)
2 de Janeiro de 2009, www.timesonline.co.uk --
Traduzido por: Leandro Diniz


A nova figura chefe da União Européia acredita que a mudança climática é um mito perigoso e tem comparado a união com um estado comunista.

As visões do presidente Vaclav Klaus da República Tcheca, 67 anos, tem deixado o governo de Mirek Topolanek, seu amargo oponente, determinado a mantê-lo o mais longe possível da presidência da União Européia, o qual sucedeu ontem da França.

O presidente tcheco, que causou um incidente diplomático por jantar com oponentes do Tratado de Lisboa da União Européia numa visita recente à Irlanda, tem um amplo papel cerimonial.

Mas já existem receios de que, depois da presidência dinâmica da União Européia de Nicolas Sarkozy - incluindo suas tentativas hiper-ativas de diplomacia internacional sobre a crise de crédito e a Geórgia assim como um acordo histórico para cortar gases do efeito estufa - o esforço tcheco será dificultado na luta direta e ofuscado pela plataforma que ele dará para o Sr. Klaus e suas idéias controversas.

Diplomatas tchecos em Bruxelas insistem que o Sr. Klaus não é uma parte grande de seus planos e que estão tentando limitá-lo a um discurso para o Parlamento Europeu em Fevereiro e presidindo um encontro internacional no máximo, ou da UE com Canadá ou UE com Rússia.

Eles estão confinando suas esperanças em um almoço entre o Sr. Klaus e o Sr. Topolanek em 5 de janeiro, no qual eles esperam ver ambos os partidos acordando uma trégua depois da tentativa sem sucesso do presidente para remover seu rival do cargo de Primeiro Ministro em uma conferência do partido mês passado.

"O que é certo é que haverá pelo menos um pequeno coro de vozes vindas de Praga que não estarão cantando a mesma música," disse Piotr Kaczynski, do Centro para Estudos Políticos da Europa em Bruxelas.

"Isso provavelmente não irá causar impacto na forma que os tchecos trabalharão a presidência da União Européia. Entretanto, irá haver algum impacto negativo na influência política do presidente tcheco," ele completou.

Tensões surgiram recentemente entre o Sr. Klaus e Bruxelas quando um encontro privado com altos deputados terminou numa sucessão de xingamentos depois que eles o presentearam com uma bandeira da União Européia e disseram que eles não estavam interessados em suas visões Eurocéticas.

Sr. Klaus respondeu: "Ninguém falou comigo nesse estilo e tom em meus seis anos aqui. Pensei que esses métodos tivessem terminado para nós há 18 anos atrás. Eu vi que estava errado."

Isto levou a um contra-ataque do Sr. Sarkozy no Parlamento Europeu. Ele disse aos altos deputados: "O presidente do Parlamento Europeu não deveria ser tratado assim e o símbolo europeu não deveria ser tratado assim, não importa qual engajamento político que a pessoa tenha."

Sr. Klaus voltou a ativa após o Natal em uma entrevista numa tevê tcheca. "Atrevo-me a dizer que essas pessoas representam o cume do sentimento anti-Europeu. Eles não tem absolutamente nenhum direito de agitar a Europa em frente do seu rosto," ele disse.

Houve mais ataques, pelo menos a partir dos franceses, de que os tchecos não possuem a influência ou a capacidade para liderar a UE no que concerne ao desafio principal da crise financeira. O Sr. Sarkozy ameaçou convocar reuniões dos 16 estados-membros do Euro durante a presidência tcheca, pois os tchecos não possuem moeda única.

Nem também Sarkozy acredita que Praga tem a habilidade para lidar com uma Rússia cada vez mais nervosa, que está ameaçando uma corrida armamentista contra os planos americanos de um radar de defesa contra mísseis na República Tcheca.

Os tchecos são também um dos três únicos estados da UE que não aderiram ao controverso Tratado de Lisboa, que enfureceu Sarkozy depois de sua manobra para reviver o documento. O Sr. Klaus continuou a liderar a oposição tcheca ao tratado que ele referencia a um centralismo comunista.

Ele é inegavelmente popular com o eleitorado tcheco, tendo sido Primeiro Ministro no período de 1992-97, supervisionando a separação harmoniosa com a Eslováquia, e presidente desde 2003. Um economista que empenhou a maior parte de seu tempo como trabalhador no Czechoslovak State Bank [Banco Estatal da Tchecoslováquia] durante os anos da Cortina de Ferro, ele se tornou ativo na política como um campeão da economia de livre mercado depois de 1989 e é dito que guarda uma foto de Lady Thatcher, que admira enormemente, em sua mesa.

"O fato de Klaus possuir essas visões dificulta a tarefa de dirigir a presidência," diz Robin Shepherd, amigo-sênior da Europa no tink-tank Chatham Hause.

"Klaus não é o chefe do governo... mas ele é a figura pública da República Tcheca."

Nenhum comentário:

Postar um comentário