terça-feira, 10 de março de 2009

"Israel considerando seriamente operação militar no Irã"

"Israel considerando seriamente operação militar no Irã"
por Hilary Leila Krieger, Correspondente em Washington do JPOST
5 de Março de 2009, www.jpost.com
Traduzido por: LeandroDiniz


Israel está seriamente considerando tomar ação militar unilateral a fim de parar com a aquisição de armas nucleares do Irã, de acordo com um relatório de figuras políticas importantes dos EUA e especialistas publicado na Quarta-Feira.


O relatório diz, também, que o tempo disponível de Israel para agir está encurtando, não somente pelos avanços iranianos, mas porque Teerã pode adquirir em breve melhorias em defesa aérea e dispersar seu programa nuclear para locais adicionais.

O relatório, "Preventing a Cascade of Instability" [Prevenindo uma Cascata de Instabilidade], foi lançado pelo Wahsington Institute for Near East Policy (WINEP) [Instituto de Washington para Política do Oriente Próximo]. Ele também argumenta que as sanções internacionais contra o Irã precisam serem intensificadas urgentemente para o engajamento que a administração de Obama está planejando com Teerã para ser efetivo.

Um prévio resumo do relatório foi aprovado por Dennis Ross antes de ele se retirar para entrar na administração de Obama, na qual ele está servindo como conselheiro especial lidando com vários países da região, incluindo o Irã. O senador Evan Bayth do Senate Select Committee on Inteligence (Comitê Selecionado do Senado de Inteligência), e o congressista Gary Ackerman, presidente do subcomitê sobre o Oriente Médio da House of Foreign Affairs (Casa de Assuntos Estrangeiros), estão entre os signatários.

O grupo bipartidário também recomendou um aumento das garantias de segurança e o suprimento de mísseis de defesa e outras medidas de proteção para aliados no Oriente Médio, ambos para reassegurá-los do comprometimento da América com eles e desencorajar a efetividade visível, e do apelo, de armas nucleares no Irã.

Mas o relatório, muitos dos autores se encontraram com oficiais israelenses de alta patente para avaliar sua perspectiva, nota que Israel não está interessado em se tornar parte do escudo nuclear da América, mesmo que os países do Golfo queiram mais garantias nesse front.

"Uma garantia americana declarada deverá clarificar a situação de ambigüidade que pode já trabalhar para vantagem de Israel," o relatório diz. Também, "muitos israelenses temem que uma garantia declarada dos EUA pode vir com o preço de circunscrever a liberdade de Israel para agir em confronto com perigos existenciais."

"É um tanto sério agir por conta própria conta uma Irã com armas nucleares," o ex-embaixador das Nações Unidas Nacy Sodenberg, um dos membros da força-tarefa que viajaram para a região a fim de pesquisar para o relatório, disse em um evento do lançamento do relatório da WINEP na quarta-feira.

Ela disse que o calendário para um ataque israelense pode ser "significativamente" aumentado se Jerusalém acreditar que a Rússia vai apoiar realmente e honrar seu compromisso de suprir o Irã com o sistema de mísseis terra-ar S-300, o que complicaria enormemente qualquer ataque israelense.

Se a entrega realmente ocorrer, o relatório recomenda mais vendas de armas a Israel, como força aérea mais moderna, para que ele mantenha sua superioridade militar.

Mais tarde, ela disse que o objetivo do relatório era elaborar estratégias onde nem os EUA nem Israel estavam na iminência de lançar um ataque militar.

"Você meio que perdeu a situação no momento," ela disse.

Para esse final, o documento de 10 páginas urge por mais sanções internacionais e a expansão de pressões financeiras tomadas pelo Tesouro Americano, na criação de programas similares nos Departamentos de Comércio e Estado dos EUA.

O estudo aumenta a importância de ter um front unido globalmente e indica a intensificação diplomática com a Rússia para que ambos façam sanções mais efetivas e a fim de persuadir os russos a não entregar o sistema S-300.

"Irã não quer estar isolado no palco internacional: Não é a Coréia do Norte. Quanto mais amplo o consenso internacional, melhor. As mostras repetidas de animosidade pelo Conselho de Segurança da ONU parecem ter impressionado mais do que a economia limitada ou o impacto na segurança que as sanções impuseram até agora," o relatório diz, no caso de fazer novas sanções.

Ao mesmo tempo, ele demonstra que o engajamento agressivo é necessário pois "outro objetivo importante é mostrar ao Oriente Médio e ao mundo que os Estados Unidos irá mais além para resolver o problema nuclear iraniano. Alguns círculos em países amigos dos EUA agora se perguntam - sem razão - se Washington é tanto um obstáculo para a resolução do impasse nuclear do que Teerã."

Mesmo se o engajamento, as sanções e outras medidas provarem ineficiência, o relatório alerta contra uma política de "recuo" enquanto o Irã é permitido a ter alguma, mesmo que limitada, capacidade de enriquecer urânio em seu território.

"O Irã ter a capacidade latente para rapidamente fazer armas nucleares poderá levar a muito do mesmo risco de cascata de instabilidade do que ele ter a arma realmente," pode ser lido, apontando o risco de proliferação nuclear, hegemonia iraniana na região e mais.

O relatório não faz menção das eleições presidenciais do Irã em Junho, que pode ver o mais moderado Muhammad Khatami tomar o lugar do esquentado e atual presidente Mahmoud Ahmadinejad.

Alguns analistas têm sugerido que a administração de Obama espere para tanto apoiar quanto pressionar para futuras sanções até depois da campanha, para não aumentar as chances da vitória de Ahmadinejah.

Mas a força-tarefa clama por ações imediatas, argumentando que o presidente é menos importante que o líder supremo do Irã, Aiatolá Ali Khamenei, em tomar decisões e a prioridade máxima deveria ser a criação de posições alavancadas nas negociações.

Um professor iraniano na audiência na conferência de WINEP dessa quarta-feira, entretanto, disse que aumentar a pressão aumentaria o extremismo e os líderes linhas-duras do Irã em aderir ao programa nuclear.

Diretor executivo do WINEP Robert Satloff, que presidiu a conferência, respondeu que as recomendações dos relatórios também incluíram muitos incentivos para o Irã poder cooperar com os EUA.

Ele também disse que o Irã já começou a colher algumas das recompensas da influência apenas em ter tido sucesso em avançar seu programa nuclear, e que esse relatório tinha a intenção de estancar esse progresso.

“Mesmo sem testar uma arma nuclear, ou sem declarar a habilidade para fazer isso, o progresso do Irã em direção a arma nuclear já está impactando substancialmente o Oriente Médio," diz. "Tempo é curto se o engajamento diplomático pode ter alguma chance de sucesso."

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