Jornal A Reforma, 4 de janeiro de 1931
Fonte: http://www.casadaculturadearacati.org.br/Acervo/RF1931.html
Obs. E só de pensar que o autor era esquerdista…
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O comunismo, este terrível cancro social que desfarçadamente já conseguiu dominar a Rússia, transformando-a em um paiz acefalo, está ameaçando pertubar a paz brasileira, aproveitando-se deste momento em, que a Nação, após o triumfo revolucionario de hontem, ainda procura soerguer-se da queda, a que foi forçada pelos tiranos depostos.
Segundo noticias que nos chegam, de Fortaleza, as autoridades federaes e estaduaes ali, senhoras que estão da gravidade dessas ameaças, numa só comunhão de ideias, qual seja a de salvar a pátria do perigo, já resolveram tomar providencias imediatas, no sentido de exterminar de uma vez a introdução no Brasil dei tão terrivel praga.
Este combate se torna necessario e deve ser energico, porque é somente com energia que poderemos rebater as insinuações dos pregadores desta ideia absurda, as quaes poderão perfeitamente convencer os incautos, únicos para quem as más doutrinas teem certa influencia psycologica.
O comunismo, já declarou o general Juarez Tavora, é impraticavel no Brasil, ele não se coaduna absolutamente com a mentalidade sadia do nosso povo.
O proletariado brasileiro que em todos os tempos tem demonstrado muito calma e amor á ordem, temos certeza, não irá prestar o seu apoio a uma causa tão ingrata, como o comunismo, porque a sua índole de povo ordeiro está convencida de que com inteligência e respeito muito se alcançará.
Nós, para vermos os nossos direitos assegurados, não precisamos de uma mudança geral na fórma de governo, e sim de homens capazes de dirigir os nossos destinos e que, em momentos precisos, ponham de parte o interesse pessoal, para abraçar a causa do povo.
O que necessita o operário para ter amparado o seu trabalho e poder viver independente, não é implantar a desordem, e sim que os governos não se esqueçam de sua sorte e reconheçam o seu papel saliente na vida progressiva do paiz. Que os governos encarem com seriedade o problema proletário e valorisem os seus serviços, para que o fruto do seu labor diário possa constituir amanhã o seguro de sua família.
É disso somente o que eles, os operários, precisam e estamos crentes de que, uma vez regularisada a situação que presentemente atravessamos, os dias do futuro nos trarão a realidade das nossas esperanças, que são os pontos do programa revolucionário.
E enquanto isso se verifica, faz-se mister que cada um de nós, brasileiros dignos desse nome, se enfileire no batalhão ante-comunista, enfrentando sem desfalecimentos, qualquer ataque violento e rebatendo, sem visar recompensas, todas as promessas ilusorias.
O momento exige que ponhamos acima de tudo o amor desta grande patria e procuremos demonstrar com dados irrespondíveis os efeitos negativos das ideias de Lenine, no scenario social do Brasil.
Convem não esquecer que temos um passado glorioso a legar á posteridade e este deve ser o trabalho honesto em pról da grandeza da Nação. e não um amontoado de ideias anarquistas, que nos arrastariam a um futuro de trevas.
Ao comunismo devemos, pois, dar combate de rijo, sem causticar em linguagem capciosa, o que é propria somente aos jornalistas aproveitadores, mas com termos decididos, e onde quer que descubramos um fóco de adeptos, que os apontemos á justiça, para que seja feita a punição indispensável.
Assim procedendo, temos cumprido á risca o nosso programa e cooperado sinceramente para a obra da regeneração do Brasil, puramente brasileiro.
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