Ingrid Betancourt era "pior que os guardas", dizem seus companheiros de cativeiro
por Andrew Pierce
26 de Fevereiro de 2009, http://www.telegraph.co.uk [1]
por Andrew Pierce
26 de Fevereiro de 2009, http://www.telegraph.co.uk [1]
O status de heroína de Ingrid Betancourt, que foi resgatada após seis anos nas mãos dos guerrilheiros marxistas nas florestas da Colômbia, tem sido desconstruído pelas declarações de seus companheiros de cativeiro.
A Sra. Betancourt, 47 anos, tem sido procurada por produtores de Hollywood após a notícia de que ela passou boa parte do tempo acorrentada pelo pescoço em uma árvore, e era alvo de torturas, pela organização terrorista das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARCs).
Mas a declaração mais provocativa do primeiro livro sobre a experiência, Out of Captivity (Fora do Cativeiro), por três americanos companheiros de cativeiro, não foi sobre as marchas forçadas acorrentadas e as escapadas por um triz de tiroteios.
Foram as extraordinárias alegações sobre o comportamento da Sra. Betancourt, uma política colombiana, com dupla cidadania francesa.
Um dos prisioneiros americanos disse que ela era arrogante, retraída, roubada sua comida, coletava livros, e arriscava as vidas dos americanos ao informar os guardas que eles eram da CIA.
Keith Stansell, 44 anos, um ex-Marine, contou a Associated Press: "Eu assisti a ela tentando tomar conta do acampamento com uma arrogância que era fora de controle. Alguns dos guardas nos tratavam melhor do que ela."
Sr. Stansell foi libertado junto com a Sra. Betancourt, os colegas empreiteiros Thomas Howess e Marc Gonsalves, e 11 colombianos, quando agentes do exército pousaram disfarçados como ajudantes humanitários em helicópteros os retirando de uma clareira na floresta em Julho.
Os três americanos revezam a narração das suas experiências na crônica de 457 páginas. Os outros dois concordam com o Sr. Stansell em muitos assuntos, mas não em todos, mas não concordam totalmente com ele sobre a Sra. Betancourt que se tornou um símbolo mundial do sofrimento de reféns. Punida por seus esforços em escapar, ela passou longos períodos acorrentada pelo pescoço em árvores, sofreu com infecções não tratadas, problemas intestinais e suportou longas marchas sobre terreno punitivo.
No livro e em entrevistas por telefone eles disseram que eles não guardam rancores, mesmo que os conflitos fossem freqüentes entre os reféns durante seu cativeiro. "Aqueles eram literalmente campos de concentração," Sr. Gonsalves diz. "Mal existia espaço para respirar."
Dr. Keron Fletcher, um psiquiatra britânico que entrevistou reféns mantidos por extremistas no Líbano há duas décadas, disse que é incomum para um ex-refém criticar publicamente alguém com quem dividiram uma experiência traumática.
"Para esse homem ir direto na jugular é pouco comum," ele disse sobre Stansell. Pessoas que vivem sobre tal trauma "tendem a se manterem calados sobre os problemas que tinham com os outros e fazem o máximo para ajudar cada um."
Os reféns competiam por espaço para dormir, as escassas rações de comida e o único dicionário Espanhol-Inglês. E quando o Sr. Gonsales desenvolveu uma íntima e carinhosa relação com Betancourt, isso disparou uma intensa inveja sobre os outros prisioneiros masculinos, de acordo com o livro.
"Ela é uma mulher forte," diz Sr. Gonsales, 36 anos, que se mantém em contato por telefone e e-mail. "Ela costumava dar muito trabalho para aqueles guerrilheiros."
Sra. Betancourt se recusou a comentar as alegações de Stansell. Uma porta voz, Catarinja Laranjeira, disse por e-mail de Paris que ela está "dedicada a escrever seu (próprio) livro e não fará declarações até que esteja terminado."
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[1] Traduzido por Leandro Diniz. voltar
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